Meu Pensamento
Monoteísmo Ancestral
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Monoteísmo Ancestral: A Consciência que Retorna às Origens
Ben Chai
O Monoteísmo Ancestral não é uma religião, doutrina ou seita. É um pensamento espiritual que nasce do desejo de retornar à fé pura, anterior às instituições religiosas, conectando-se diretamente ao Criador como fez nosso patriarca Avraham.
Essa visão reconhece que a espiritualidade verdadeira começou muito antes das divisões que hoje conhecemos como judaísmo, cristianismo ou islamismo. Antes das fronteiras dogmáticas, havia apenas um homem e sua busca por Deus. Avraham, o primeiro a romper com os ídolos e ouvir o chamado do Eterno, é o pai do monoteísmo e o iniciador de uma jornada interior que marcou toda a história espiritual da humanidade.
A Kabbalah como Linguagem da Consciência
Abraão não foi apenas o pai da fé — foi, segundo a tradição, o autor do Sefer Yetziráh, o Livro da Criação. Esse é um dos pilares da Kabbalah, a tradição mística judaica que compreende o universo como expressão da Luz Infinita, chamada Or Ein Sof.
No Monoteísmo Ancestral, a Kabbalah não é vista como uma prática secreta ou elitista, mas como uma linguagem sagrada que revela a estrutura do cosmos, da alma humana e da vontade divina. Estudamos a Árvore da Vida (Etz Chaim), os Sefirot, o processo de Tzimtzum (restrição da luz) e o Tikun (retificação da alma e do mundo), buscando o despertar da consciência espiritual.
A fé verdadeira não se resume a crenças externas, mas é a transformação da consciência. A Luz está em tudo. Ela pulsa em você.
Yeshua, o Mestre da Centelha Divina
Dentro da nossa visão, Yeshua não é adorado como um deus encarnado, mas reconhecido como um mestre iluminado — um tzadik (justo) que despertou plenamente a centelha divina dentro de si e revelou esse caminho a outros. Seu papel não foi criar uma nova religião, mas provocar uma elevação de consciência em uma época de dureza espiritual e opressão ritualística.
Ele ensinava através de metáforas, símbolos e códigos da tradição hebraica. Quando dizia que “o Reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17:21), apontava exatamente para a mesma centelha divina que a Kabbalah chama de Neshamá — a alma elevada.
Yeshua, para nós, foi um sinal da luz — não um ídolo. Ele fez parte do mesmo movimento espiritual que começou com Avraham e seguiu por Moshe, os profetas, e tantos outros despertos que não aceitaram aprisionar a verdade em estruturas religiosas.
O Chamado de Todas as Tribos
Não aceitamos a ideia de que somente o judaísmo rabínico possui autoridade sobre a Torá. A instrução divina foi dada às doze tribos de Israel, e não apenas a Judá. Ignorar os samaritanos, caraítas, bnei anussim e os descendentes espirituais espalhados é desprezar a amplitude da promessa feita a Avraham: "Em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gênesis 12:3).
O Monoteísmo Ancestral entende que a revelação não é propriedade de um povo, mas um presente divino para toda a humanidade. A centelha está em todos. Cada alma que busca a verdade e a justiça está se reconectando com o sopro original da Criação.
Retornar à Origem: Um Pensamento Vivo
Essa espiritualidade não se expressa apenas em teoria. Em nossa casa, nossa prática é viva:
Honramos o Shabat e as festas bíblicas como momentos de reconexão com o divino.
Nossos cânticos são exclusivamente salmos (Tehilim), cantados em hebraico e português.
Não praticamos dízimo financeiro, mas partilha solidária: com alimentos, cuidados e auxílio mútuo.
Nossos estudos abordam Torá, Kabbalah, Tanakh, Brit Hadashá e sabedorias universais.
Tudo isso sem criar uma religião. Somos uma expressão de pensamento ancestral, conscientes da luz que habita dentro de cada ser humano.